sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Povo Dos Sambaquis

SAMBAQUIS é o nome que foi dado à sítios pré-históricos formados pela acumulação de conchas e moluscos, ossos humanos e de animais, que foram descobertos em várias regiões do Brasil, mas principalmente no Sul.

Os sambaquis nos provam a existência de comunidades de caçadores e coletores, os quais, consumiam os moluscos, para depois amontoar suas cascas para morar sobre elas, já que constituíam um lugar alto e seco.

No interior dos sambaquis foram encontrados vestígios de fogueiras, instrumentos cortantes, amoladores, restos de mamíferos, além de ossos de peixes, répteis e baleias.

Sabe-se, portanto, que este povo, que viveu há mais de 1.500 anos atrás, já produzia machados de pedra polida, ornamentos de conchas, instrumentos feitos de ossos de animais e zoólitos ou pequenas peças esculpidas em pedra representando animais.

Foram ainda encontradas ossadas humanas, depositadas com seus pertences, o que nos leva a acreditar que os sambaquis também eram usados como Monumentos Funerários.

Ocupação após ocupação, passou-se milênios, o que fez com que os amontoados de moluscos alcançassem alturas fantásticas. O Estado de Santa Catarina possui o maior sambaquis do mundo, espalhados pelo seu litoral, de norte a sul. Esses sambaquis chegaram a ter centenas de metros de extensão por 25 metros de altura e idade aproximada de 5.000 anos.

O povo dos sambaquis ignoravam a olaria, a agricultura, a domesticação normal de qualquer espécie, mesmo o cão, que os índios atuais conhecem. Vivia principalmente da pesca e da apanha, e muito pouco da caça. Não possuindo instrumentos mais potentes de arremesso, talvez nem mesmo o arco e a flecha, a caça de animais grandes, como o tapir, a onça, certamente por meio de armadilha. A presença da baleia explica-se pela freqüência com que este cetáceo encalhava nas nossas praias, fato muitíssimo registrado ainda nos séculos XVI e XVII.

Como o alimento era muito abundante no litoral, esse povo não precisava ficar se deslocando como os do interior. Só deveriam ter o cuidado de escolherem lugares elevados, próximos da praia, onde tivessem também alguma fonte de água doce e daí estabeleciam-se por anos, ou até séculos.

COMO ERAM ELES?

Entre as características físicas mais marcantes deste povo está nas diferentes alturas dos esqueletos de homens, com uma média de 1,60m, e de mulheres, com 1,50m, ambos vivendo 30 a 35 anos em média.

O tórax e membros superiores bem desenvolvidos levam a crer que os indivíduos eram bons nadadores e provavelmente remadores de canoas. Tal suposição é apoiada também pela presença de restos de peixes de espécies como a garoupa e miragaia, típicas de regiões mais profundas e com pedras que, para serem capturadas, exigiria que o pescador se deslocasse da beira da praia.

Outra característica importante é o desgaste de algumas regiões da arcada dentária, que aponta o costume deste povo consumir alimentos duros e abrasivos.

Apesar do número de sambaquis existentes no Brasil não ser consenso entre os arqueólogos, é possível que possam passar de mil, com idades que variam de 1,5 mil a 8 mil anos, sendo que a maioria tem cerca de 4 mil anos. As datações são feitas através do método do carbono 14 em carvões fossilizados em várias alturas de um sambaqui.

No Brasil, o estudo científico dos sambaquis é relativamente recente e mesmo em toda a América do Sul poucas são as análises, que foram seriamente estudadas. Além disso, muitos sítios arqueológicos já foram danificados.

Muitos sambaquis foram destruídos pela exploração inconseqüente das pessoas.

A cultura sambaqui desapareceu misteriosamente há quase 1.000 anos. Acredita-se que foram exterminados pelos tupis ou aculturado por eles.
Os sambaquis constituem o alicerce básico para entendermos a cultura de um longínquo período da evolução do homem, por isso é tão importante a sua preservação.

Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO

Um comentário:

  1. Seu texto ficou excelente me ajudou muito a entender sobre este assunto valeu....

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